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Como aplicar as Provas Piagetianas ou Operatórias

Tempo de leitura: 5 min

Escrito por Gerlane Muniz
em 05/04/2021

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Saber como aplicar as provas piagetianas ou operatórias, como também são conhecidas, é algo importante para qualquer profissional da psicopedagogia.

Muitas psicopedagogas iniciantes, que ainda estão começando os seus atendimentos em consultórios, possuem dúvidas a respeito de como realizar essa aplicação de forma realmente eficaz.

Pensando nisso, eu resolvi trazer aqui esse artigo mostrando, de uma forma bastante simples para você, as etapas para que essas provas sejam aplicadas aos pacientes.

Então fica comigo até o final deste texto se você deseja aprender de verdade como aplicar as provas piagetianas.

Boa leitura!

Como é o método clínico piagetiano?

Antes de mostrar como se dá aplicação das provas piagetianas ou operatórias, vamos falar rapidamente a respeito do método clínico piagetiano.

Esse é um método livre de conversação a respeito de um determinado tema e que deve ser dirigido pelo interrogador, no caso o profissional psicopedagogo.

É papel do interrogador ir definindo qual é o curso do interrogatório de acordo com as respostas que são dadas pelo paciente.

As perguntas nas provas piagetianas podem ser de três tipos:

  • Perguntas justificativas: que têm como finalidade saber o ponto de vista do paciente e a legitimidade das ideias que ele possui
  • Perguntas exploratórias: são aquelas que tem como meta conseguir aflorar a estrutura do sujeito/paciente
  • Perguntas contra argumentativas: têm como objetivo saber se as respostas que foram obtidas são ou não variáveis, e ainda qual é o grau de equilíbrio em relação a ação e a reação do paciente diante de uma problemática específica

As respostas obtidas nesse tipo de prova devem sempre ser totalmente espontâneas por parte do paciente, e jamais induzidas de qualquer forma pelo profissional.

É sempre essencial estar relembrando ao psicopedagogo que todas as respostas do paciente precisam ser interpretadas, sem existir o certo e o errado.

O profissional sempre deve ter um roteiro em mãos que lhe auxilie no procedimento, e não como algo padrão, com o psicopedagogo acompanhando atentamente o raciocínio do seu paciente, sem complementá-lo ou corrigi-lo.

O interesse desse tipo de prova deve sempre ser a forma como o paciente chega até a resposta que ele dá, por isso é importante buscar as justificativas para elas.

As provas piagetianas ou operatórias

Agora é hora de ver mais sobre como aplicar as provas piagetianas ou operatórias para os pacientes em seu consultório.

A prova pode ser dividida em:

  • Prova de conservação de quantidades discretas
  • Prova de conservação de massa ou de líquidos
  • Prova de inclusão de classe

Vou agora explicar cada uma delas:

Prova de conservação de quantidades discretas

A prova deve ser aplicada com o uso de fichas, que devem ser colocadas de modo a formar linhas paralelas, cada fila com fichas de uma mesma cor.

O objetivo deve ser observar se a criança percebe a noção de quantidade, por exemplo, pedindo para ela dizer se as duas filas, uma em cima da outra, possuem ou não a mesma quantidade.

Depois da resposta do paciente, deve-se modificar as linhas ou filas de baixo e perguntar novamente a respeito da quantidade.

A avaliação poderá ser dada em um dos três níveis:

  • Nível 1: Condutas não conservativas (não consegue resolver a questão da quantidade)
  • Nível 2: Condutas intermediárias (consegue resolver a questão da quantidade)
  • Nível 3: Condutas conservativas (tem noção de compensação, de identidade e de irreversibilidade)

Prova de conservação de massa ou de líquidos

O objetivo aqui nessa prova é observar se o paciente consegue perceber a noção de quantidade e constância de massa ou de líquido.

Em uma prova trabalhada com líquidos, pode-se colocar água em duas garrafas iguais e pedir para a criança então encher dois copos diferentes.

A partir daí, deve-se fazer perguntas para perceber se a criança entende que as quantidades de líquido nos copos não são iguais, depois modificando para garrafas diferentes e copos iguais, e fazendo o mesmo teste.

O resultado pode ser avaliado sob três níveis também:

  • Nível 1: Julgamentos oscilantes entre a conservação ou não (o mais comum é a não conservação, e a justificativa dada pelo paciente não é bem clara)
  • Nível 2: Conduta intermediária que varia entre a conservação e a não conservação (as respostas do paciente oscilam, principalmente com relação a contra argumentação, e apesar de a justificativa sem melhor, não é bem clara)
  • Nível 3: Noção conservativa (a criança consegue realizar a operação e a justifica bem, e a resposta é mantida mesmo com a contra argumentação)

E agora a última prova…

Prova de inclusão de classes

Essa última, entre as três principais provas piagetianas, tem o objetivo de verificar se a criança consegue realizar a inclusão de classe, através da observação das parte e do todo.

Por exemplo, pode-se usar flores para a prova, como margaridas e rosas, fazendo diversas atividades como montagem de ramos ou retirada de ramos, com o objetivo de entender se ele entende a questão da quantidade.

A avaliação da prova pode ser feita também em três níveis:

  • Nível 1: ausência de quantificação inclusiva (a criança erra ao subtrair as classes de flores)
  • Nível 2: condutas intermediárias (o paciente acaba hesitando na hora de dar respostas e confunde-se no momento de realizar a contra argumentação)
  • Nível 3: consegue fazer a quantificação inclusiva (a criança responde toda as perguntas feitas corretamente)

Se você deseja saber mais sobre a Avaliação Psicopedagógica eu escrevi outro artigo explorando mais esse tema e você pode conferi-lo clicando aqui.

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Conclusão

Como você viu, é importante que as profissionais que estão começando a atender em consultórios psicopedagógicos saibam como aplicar as provas piagetianas.

Neste texto, eu te mostrei apenas as etapas mais importantes a respeito de como fazer a aplicação das provas da maneira certa.

Mas se você quiser saber mais sobre como realizar a aplicação as provas piagetianas de uma forma completa, eu recomendo fortemente fazer o Treinamento Meu Consultório na Prática para Psicopedagogos que você pode conhecer melhor através deste botão abaixo:

Além de aprender como aplicar as provas piagetianas, você ainda aprenderá todo o passo a passo para montar o seu próprio consultório psicopedagógico do zero. Você vai amar!

Mas me diz? Gostou do artigo de hoje sobre como aplicar as provas piagetianas ou operatórias? Então não se esqueça de compartilhar com seus amigos nas suas redes sociais preferidas.

Caso tenha ficado alguma alguma dúvida sobre esse assunto, escreva-a abaixo nos comentários para que eu possa lhe ajudar.

Um beijo enorme e até o próximo artigo!

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6 Comentários

  • Dulcinéa disse:

    Com qual idade do paciente para aplicar as Provas Piagetiana?

    1. Gerlane Muniz disse:

      Olá Dulcinéia, as Provas Piagetianas podem ser aplicadas em crianças a partir dos 4 anos até a adolescência, dependendo do estágio de desenvolvimento que você deseja avaliar.

  • Maria da Conceição dos Santos Britto disse:

    As priovas piagetianas devem ser realuzadas em quantas sessoes?

    1. Gerlane Muniz disse:

      Olá Maria, as Provas Piagetianas você pode dividi-las em 2 sessões para que você possa explorar outras observações clinicas.

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